Ou A fábula do homem que não assiste aos telejornais

 Se você, como eu, tinha uma rotina de acordar e ler o jornal impresso ou ver o jornal da manhã na TV, você consegue perceber claramente a mudança: os veículos de comunicação deixaram de passar informações para criar verdades. Parece que o importante é dar destaque negativo, mesmo que haja algo positivo a dizer ou mostrar. A mídia tradicional tenta convencer você, espectador, ouvinte, leitor, que você não sabe nada, você é um completo idiota, você não passa de um mero receptor sem cérebro, que precisa apenas ouvir e acreditar no que dizem. Como ressalta um político ex-BBB que agora se exilou na Europa fugindo da “ditadura”: “Você é analfabeto político”. Se você não concorda comigo, você não gosta da democracia, você é um perigo!

A imprensa é a arma mais poderosa no nosso Partido – Stalin

A Internet passou a ser minha fonte de informação, isso antes das últimas eleições, bem antes do fenômeno Trump, por exemplo. Minha percepção já era clara de que muitos jornais e emissoras estavam se tornado assessorias de comunicação de partidos políticos com viés socialista. A imprensa livre se fortaleceu na internet, e a ferramenta Twitter começou a favorecer outras vozes, como a dos conservadores e liberais.

Percebendo durante o período eleitoral de 2018 que estavam sendo enganados (mais ainda), muitos brasileiros correram para procurar outras fontes de informação na Internet. Eu mesmo passei a seguir seis jornalistas confiáveis e alguns sites de notícias. O que a grande a mídia fez, percebendo a migração constante para as redes? Começaram a acusar a imprensa livre e os internautas de pertencer a uma milícia virtual orquestrada, em parte pela CIA, em parte pelo governo Bolsonaro, todos juntos para derrubar as conquistas sociais do regime lulopetista. Viramos robôs que recebíamos dinheiro para fazer ataques virtuais, a MAV (Milícias para Ataques Virtuais). Bolsonaro ganhou com 57,7 milhões de votos – eram todos robôs nas urnas?

Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é – Lenin

Como eu uso o Twitter há muito tempo, percebo que é justamente o contrário, qualquer ser humano minimamente inteligente vai notar, basta boa vontade. A militância virtual da esquerda já foi flagrada impulsionando fake news, descoberta em mensalinhos do Twitter, possui diversos sites de notícias e blogs financiados por anos com dinheiro público. E o antigo regime aparelhou, através de contratos milionários, parte mais do que considerável da imprensa nacional. Dinheiro não falta, afinal, foram anos roubando, haja vista os rombos na Petrobras…

Agora, o que tenho percebido no próprio Twitter é a proliferação de perfis que só aparecem para fazer militância esquerdista com hastags inacreditáveis, como uma que pedia desculpa ao grupo Hamas (terroristas declarados), e que alertava ao grupo que eram eleitores do Haddad. Lembrei-me de uma senhora que há pouco tempo veio a público pedir ajuda ao mundo árabe para que libertasse o ex-presidente Lula. De que forma eles poderiam ajudar?

Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade – Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler

Os verdadeiros ditadores do pensamento se dizem guardiões da democracia. O documentário “1964 – O Brasil entre Armas e Livros”, produzido pelo Brasil Paralelo, foi censurado por uma rede de cinemas. Vale lembrar que já tivemos filmes como “Lula, Filho do Brasil”, “O que é isso Companheiro?” e, mais recentemente, o filme sobre Marighella, largamente incensados e aclamados pela mídia. Se isso não é ditadura ideológica, sinceramente não sei o que é…

Onde eu quero chegar com tudo isso? A união de corrupção, ideologia e poder fazem tão mal quanto a bomba atômica. Há décadas vemos nossas ferrovias caindo aos pedaços. Agora, que o governo voltará a investir nos trens, criticam a iniciativa. “Mas, e os caminhoneiros?”, dizem os especialistas na TV. Ninguém quer tirar o trabalho dos caminhoneiros, pelo contrário, vão surgir mais empregos e haverá mais integração entre os modais de transporte. A base de Alcântara está parada há anos. Agora, que o governo fez parceria com os Estados Unidos, criticam a iniciativa. Não é possível que haja pessoas protestando contra um intercâmbio tecnológico que pode sim nos favorecer. Vocês não querem uma escola de astronautas no Brasil, vão recusar a NASA, é sério isso?!

O que vale é criar narrativas e manter os privilégios, custe o que custar. Se o desemprego aumentar, se houver mais miséria e instabilidade no país, não importa (talvez este seja mesmo o objetivo). O dinheiro que foi roubado dos cofres públicos pelo antigo regime serve para fomentar a destruição de nossas esperanças, em uma guerra midiática insana de poder e delírio. Uma parte do Brasil golpeia a si mesmo na boca do estômago, esperando nocautear um inimigo imaginário. É sobre isso que eu reflito todos os dias quando não ligo mais a TV e nem leio o mesmo jornal.